10 de jun. de 2011

Roda preserva tradição da capoeira angola de rua

Roda do bando Tupinambá. Fotos: Elza Abreu
Todos que passam aos domingos à noite atrás da igreja, no largo de Dinha, param para observar uma capoeira bem diferente da praticada em Salvador. Com movimentos distorcidos, e uma forma bem lúdica de jogar.  “Essa é a capoeira angola de rua, uma luta antiga reproduzindo golpes de animais que os escravos trouxeram para a Bahia nos porões dos navios negreiros”, diz o professor Sapoti, do bando Tupinambá.

Como uma forma de manter uma tradição antiga, o professor comanda as rodas de capoeira nesse bairro altamente cultural e marcado pela diversidade de comportamentos e costumes. Ele também é músico e explora bem essa vertente da capoeira, com instrumentos – berimbaus, atabaque, pandeiro, agogô e reco-reco - afinados e em total sintonia.

Veja um vídeo da roda

Na roda jogam crianças, mulheres, estrangeiros, adultos e mestres. Todos ficam contagiados pela energia que a capoeira angola transmite. A todo instante estouram flashes em cima dos jogadores. Num momento especial, alguém joga um dinheiro no chão e os jogadores têm de pegar com a boca, mantendo uma tradição antiga dos velhos mestres de capoeira da Bahia.

O professor Sapoti dá aulas na Escola de Belas Artes na UFBA e sempre divulga seu trabalho para as pessoas que assistem a roda. Ele ressalta a importância dos velhos mestres, “que passaram por muitas perseguições e discriminações por serem capoeiristas”.

Sapoti toca berimbau e é professor de capoeira angola de rua
O objetivo da roda é desenvolver a capoeira nas praças, como era praticada antigamente. Com o povo assistindo e se divertindo com os jogadores.  Mesmo com chuva, o professor Sapoti arranja um lugar protegido para fazer a roda. Como a capoeira no Rio vermelho é uma forma de resistência, nada atrapalha esse movimento cultural.  Apareçam e confiram, todos os domingos às 19 horas.

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